quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Biosolvit - Biomassa por um meio ambiente melhor

Você sabia que 97% da palmeira de onde é retirado o palmito é descartado?  Guilhermo Queiroz, fundador da Biosolvit, a empresa vencedora do Latam Edge Award 22 na categoria Biotech, também não sabia disso até 2013 quando percebeu que toneladas de biomassa eram descartadas de uma empresa de produção de palmito que visitouna época.

Do inconformismo em não deixar que um material tão nobre tivesse um uso tão pobre,  nasceu a idéia de aproveitar os "resíduos'  e transformá-lo em xaxins feitos de fibra vegetal que passaram a ser comercializados em grandes lojas do varejo para a casa.

Só que isso não era suficiente. Em 2017, Guilhermo queria descobrir utilizações mais nobres para a biomassa que produzia. E foi assim que, em visitas ao Centro Universitário de Volta Redonda, ele conheceu um pesquisador que estava desenvolvendo um produto usando a mesma biomassa descartada após a colheita do palmito com o objetivo de  absorver vazamentos de petroleo com muita eficiencia. O pesquisador virou sócio da empresa e foi aí que surgiu a Biosolvit. 

"Começamos a participar de pitches internacionais . Primeiro pitch foi em Paris onde apresentamos nossa solução no StartOut Brasil”..

A Total Petrolífera gostou do produto e pediu para testar no Instituto  Cedre na França , e o produto foi considerado o absorvedor de petroleo mais eficiente do mundo. Além dele ser mais rapido e eficiente ele permite o reaproveitamento do oleo reduzindo os custos  de remediação" conta Guilhermo.

De Barra Mansa, pequena cidade a Sudeste do Estado do Rio de Janeiro, a empresa começou a atender grandes industrias de petroleo,  mineraçao, redes de postos de gasolina, empresas de energia, entre outras.  "O biopolimero, absorvedor de petroleo que passou a ser o carro chefe da linha Bioblue Ecofast, fez com que a Biosolvit, em apenas 3 anos, optasse por adquirir uma empresa de distribuição do produto para expandir seu crescimento. "Hoje somos 27 vezes maiores do que em 2019. Crescemos a uma taxa de 3 vezes ao ano. Este ano devemos chegar ao faturamento de U$ 3M" , conta ele. 

 E a coisa não para por aí. A empresa fez uma parceria com outra startup para desenvolver a solução Biogreen Agro, um biofertilizante que revigora os nutrientes  do solo recuperando a produtividade da lavoura.  

Outra linha de negócios é a de adubo organico mineral composto pela solubilização de rochas por liberaçao de potassio e fosforo e nitrogenio mais o biofertilizante e a biomassa da palmeira. Juntos eles formam um biocomposto que recupera a terra. Outro produto que a Biosolvit está desenvolvendo nasceu a partir do descobrimento de que além de absorver petróleo , a biomassa ele consegue absorver os hidrocarbonetos, que são elementos cancerígenos,  com 99.7% de eficácia. 

"Tratamento de água é um grande desafio da Humanidade para os próximos anos e por isso estamos trabalhando no desenvolvimento de  películas para o  tratamento da água em sistemas de  filtração de indústrias e nas residências" comenta Guilhermo.   

 

Aprendizados e marcha para a frente

 

"Hoje a venda de xaxins, que compõem a linha BioGreen Home que foi o início de tudo, representa muito pouco do nosso faturamento.  Esta linha tem uma outra dinamica. Depende do consumidor final.   "Começar a vender no varejinho, ao invés das grandes redes de autoserviço, atrasou nosso processo de expansao.  O varejo é um bicho diferente e uma série de pequenos erros fez com que esta linha andasse mais devagar"conta Guilhermo. 

Estes  produtos são hoje comercializados em 15 estados brasileiros através de grandes lojas do varejo.  

A Bio Green Agro, também está em pleno desenvolvimento das soluções para agricultura. As demais linhas, BioBlue Response - linha de absorçao e contençao para petroleo e derivados - e BioBlue Treament - para o tratamento de águas - esta ultima ainda na fase de testes, andam de vento em popa.  

Além das linhas de produtos, a Biosolvit achou que havia chegado o momento de criar o BioCollab, cuja função é a de para controlar os   projetos de inovaçao da empresa. Ele está ainda no primeiro estágio. A proxima etapa será permitir que alunos de mestrado e doutorado possam mostrar suas teses para esta divisão e passem a ser investidos e associados da empresa. 

"Queremos mudar a história da pesquisa de base no Brasil. Grandes idéias morrem nas estantes das universidades . Há  também aqueles que criam uma empresa de um produto só. O que queremos é ser o grande catalisador de inovaçao no Brasil. Vamos pegar projetos de ciencia de base e gerenciar estes projetos, garantindo o Go to Market destas idéias. Queremos que os inventores , criadores tenham co- participaçao e estejam conosco no crescimento destes negocios" diz Guilhermo. 

Conselhos para quem começa a empreender

Guilhermo tem muita cautela nos negócios quando se trata da governança e do controle. "Ter um  modelo de governança bem estruturado fundamental.  Temos aqui um modelo bastante maduro para o nosso tamanho  e queremos aprimorá-lo cada vez mais"  comenta ele dizendo que os Conselheiros precisam ter visão critica e aportar sugestões sem ter medo. Outra coisa importante é colocar a energia no que é mais importante para crescer organizado. Prestar atenção no CapTable. "Fizemos duas captações no mercado e os sócios fundadores ainda têm 75.2% do capital. E, para isso é preciso ter regras de governança muito bem estruturadas".

 Biosolvit para o mundo

 A conexão da empresa com mercados externos teve início com duas parcerias : uma nos Estados Unidos e outra na Europa. Guilhermo quer que os produtos conquistem a credibilidade a partir de parceiros locais dos quais a empresa é associada como é o caso da TechnoFink, nos Estados Unidos para o mercado de Oil&Gas. A Inglaterra é outro mercado para o qual a empresa aponta. 

Quanto ao futuro próximo ( 2 anos) o empresário informa que quer ter uma operaçao consolidade do ponto de vista ambiental, com uma operaçao de tratamento de águas ganhando escala, uma operaçao de produtos para jardinagem expandindo e o BioGreen Agro avançando.

Para o BioCollab, a expectativa é a de te 40 a 50 projetos avançando.

E isso é apenas o começo.

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