A Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) lança na noite desta sexta-feira, 9 de setembro, o livro “ACIC - Há 100 anos sempre à frente do seu tempo”. A publicação é comemorativa ao centenário da Associação, completado em 21 de novembro de 2020, e estará disponível nas principais bibliotecas de Campinas e também no site da ACIC (acicampinas.com.br), na versão digital, a partir da terceira semana de setembro. O lançamento acontecerá na Sociedade Hípica de Campinas, em evento restrito a convidados.
A obra, com capa dura e edição limitada a mil exemplares, tem 194 páginas divididas em sete capítulos que se encerram no mês em que a entidade completou seus 100 anos. A presidente da ACIC, Adriana Flosi, assina a apresentação e explica que o projeto foi concebido para servir de referência sobre a importância da Associação no contexto da história de Campinas e do comércio da cidade: “Foi traçado um paralelo entre os fatos marcantes sociais, políticos, econômicos e culturais, tanto a nível nacional como internacional, que impactaram as transformações do município desde que este era um bairro rural da Vila de Jundiaí, até a sua consolidação como polo de tecnologia e inovação. A ACIC, enquanto principal interlocutora dos setores econômicos junto ao poder público e à comunidade, foi protagonista nesse processo de transformações, desde o abrir e fechar das primeiras pesadas portas de ferro das lojas na cidade, até a transformação digital dos negócios e a consagração do comércio eletrônico, em funcionamento 24 horas por dia, sete dias por semana”, afirma a presidente da ACIC. Foram necessários mais de dois anos de pesquisas documentais, bibliográficas e de imagens, além de entrevistas, para compor a publicação, recheada de fatos interessantes sobre a atuação da ACIC, que vai além de representar os setores econômicos. Um exemplo foi o uso dos primeiros computadores da Associação nas eleições de 1982. Por meio deles, Campinas foi a única cidade do País a contar, naquele ano, com um serviço de informática na divulgação dos votos apurados para prefeito e governador.
A jornalista Valéria Forner assina os textos e a edição. Valéria tem em seu currículo passagens por veículos de comunicação como o jornal Correio Popular e a revista Metrópole, ambos em Campinas, além de ter editado livros publicados pela editora Terra da Gente, entre eles “A vida dos peixes em Fernando de Noronha”, de João Paulo Krajewski e Ivan Sazima, e “Asas da vida”, de Ciro Porto.
A narrativa discorre em ordem cronológica e é acompanhada por elementos, imagens de época e linhas do tempo. O projeto gráfico, de autoria de Charles Souza Leite – que também responde pela criação da capa –, acompanha a evolução do tempo, partindo de tons neutros e fotos em sépia, ou em preto e branco, até chegar a cores fortes em sintonia com as fotografias coloridas, nos capítulos finais.
O prefácio é assinado por Guilherme Afif Domingos, ex-assessor especial do ministro da Economia, Paulo Guedes. Afif foi presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, da Associação Comercial de São Paulo e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), além de ter sido vice-governador de São Paulo.
O capítulo I, de 1774 a 1919 aborda a sucessão de acontecimentos de prosperidade que ocorreram em Campinas, do ciclo da cana-de-açúcar, à do café, até chegar ao núcleo urbano inicial da cidade, formado no entorno da atual Praça Bento Quirino, onde localizavam-se os poderes religioso, administrativo e judiciário da cidade. A inauguração da Companhia Paulista de Estradas de Ferro unindo Campinas a Jundiaí foi um destes acontecimentos. A epidemia da febre amarela, que dizimou a população e conteve os ideais de modernização da cidade, no final do século XIX, alçando, posteriormente, Campinas a “cidade-Fênix” por seu renascimento após o flagelo, também são apresentadas neste capítulo.
O capítulo II, de 1920 a 1939, é focado na economia durante a primeira guerra mundial. Desta vez, ganha destaque a criação do Centro Comercial de Campinas, em 21 de novembro de 1920, no Salão Nobre da Sociedade Luís de Camões, por iniciativa de um grupo de empresários da cidade e com a participação de 121 comerciantes. Tempos depois, com o nome alterado para Associação Comercial de Campinas, a entidade inaugurou a sua primeira sede social, no andar superior da Casa Cristofani. Ainda compõem o capítulo, a queda da Bolsa de Valores de Nova York e a Grande Depressão, a revolução Constitucionalista de 1932 e o início da industrialização na cidade, entre outros acontecimentos importantes.
No capítulo III, de 1940 a 1959, são tratadas as grandes conquistas em panoramas turbulentos. São citados o Estado Novo no Brasil, a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), pelo governo de Getúlio Vargas, até a construção de Brasília. Em Campinas, é elaborado o primeiro Código de Construções para definir o novo perímetro urbano e reger as especificações de edificação na cidade. Nesta fase, a ACIC inaugurou o seu edifício-sede, na Rua José Paulino, no centro da cidade.
O capítulo IV, de 1960 a 1979, já se desenvolve por conta da vocação metropolitana de Campinas, com o crescimento de sua população, que chega a alcançar o dobro da média nacional, o fim dos bondes elétricos e a inauguração do Aeroporto Internacional de Viracopos, fato que resultou na remodelação do transporte aéreo no Estado de São Paulo. É neste capítulo que o comércio varejista se destaca por registrar um crescimento expressivo, de 53%, no número de estabelecimentos, e que a Rua Treze de Maio passa a ser um dos pontos mais disputados pelos comerciantes na área central, abrigando lojas tais como Americanas e Muricy, entre outras. Foi, também, neste período que a ACIC inaugurou em sua sede um escritório da Bolsa de Valores, com a participação de diretores do Banco Central e membros do Conselho de Administração da BV de São Paulo.
No capítulo V, de 1980 a 1999, são narrados fatos “dos caminhos de ferro à fibra óptica”, como consta no livro. Fatos como a campanha das Diretas Já, a redemocratização do Brasil e as implantações dos Planos Cruzado e Real são relatados neste capítulo. Já, em Campinas, os destaques são as inaugurações do Núcleo de Monitoramento Ambiental e de Recursos Naturais por Satélite (NMA), hoje Embrapa Territorial e do Shopping Iguatemi, entre outros, além da implantação do sistema Rótula para ordenar o fluxo de veículos na área central de Campinas.
Nesta mesma época, a ACIC, à frente das demais associações comerciais do Brasil, instala um computador na sua sede, após anos de tratativas envolvendo a IBM, e cria o seu setor de processamento de dados e também passa a contar com um posto da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp).
O capítulo VI, de 2000 a 2019, aborda a criação da Região Metropolitana de Campinas (RMC) e o envolvimento da ACIC nos debates sobre a aplicação dos recursos a ela destinados como, por exemplo, saneamento básico, logística de transporte, entre outros temas pertinentes ao desenvolvimento dos municípios. A Associação, além de seguir em sua missão de porta-voz dos setores econômicos, passando a contar com uma parceria com a Boa Vista -SCPC, empenhou-se, nesta época, em projetos de restauração e revitalização de áreas públicas e patrimônios arquitetônicos de Campinas, como o chafariz da Praça 9 de Julho, o relógio da Estação Cultura, o Palácio da Mogiana e a Rua Treze de Maio.
Foi neste período, também, que a ACIC, em seus 90 anos de fundação, quebrou paradigmas e elegeu a sua primeira presidente mulher, Adriana Flosi, dando início a um processo de reestruturação, tanto de gestão profissionalizada como física, em seu edifício-sede. São destacados no capítulo, os eventos e as ações, como os programas de capacitação, as ferramentas para controle de custos e outros “alinhados às transformações da sociedade no novo século e aos avanços tecnológicos, forças motrizes do conhecimento e do desenvolvimento”, conforme descrito pela autora.
O ano do centenário, 2020, mereceu um capítulo só seu, o VII. Neste ano, Campinas foi elevada a metrópole, as maiores operadoras de telefonia celular no Brasil iniciaram os testes da tecnologia de quinta geração e foi criado o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Mas a essência do capítulo é a identidade centenária da ACIC, a transformação digital da entidade, a adaptabilidade diante da Revolução 4.0 e, principalmente, a partir da pandemia da Covid-19. O fato, que alterou comportamentos no mundo todo, é descrito a partir do período da decretação da pandemia, em março de 2020, até novembro do mesmo ano, quando iniciavam-se os testes das vacinas contra o coronavírus, sinalizando um cenário pós-pandêmico desafiador, que fará parte do próximo capítulo da ACIC, rumo aos 105 anos.
Livro: “ACIC - Há 100 anos sempre à frente do seu tempo”
Realização: Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC)
Nº de páginas: 194
Tiragem: mil exemplares
Edição e textos: Valéria Forner
Editora: Ki Produções
Projeto gráfico e capa: Charles Souza Leite
Preço: gratuito
Onde encontrar: www.acicampinas.com.br (versão online). Bibliotecas: Municipal, Unicamp, PUC-Campinas, MIS (versão impressa).
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